A epicondilite lateral, mais conhecida como cotovelo de tenista, é uma condição comum que causa dor no cotovelo na parte externa. Apesar do nome, ela não afeta apenas tenistas, mas também pessoas que realizam movimentos repetitivos, como carpinteiros, digitadores e até mesmo quem pratica atividades físicas intensas. Neste post, vamos explicar as causas da epicondilite lateral, como ela é diagnosticada e as opções de tratamento mais eficazes, incluindo técnicas inovadoras como infiltrações com ácido hialurônico, Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e terapia por ondas de choque.
O que é a epicondilite lateral?
A epicondilite lateral é a inflamação nos tendões que se inserem na epicôndilo lateral do úmero, localizado na parte externa do cotovelo. Esses tendões, responsáveis pelos movimentos de extensão do punho e dos dedos, acabam sendo sobrecarregados com movimentos repetitivos, o que pode levar a pequenas rupturas nas fibras dos tendão extensores, gerando dor e limitação funcional.

Apesar de ser mais comum entre praticantes de esportes, a condição pode surgir devido ao uso excessivo do braço em atividades cotidianas. O cotovelo de tenista pode afetar qualquer pessoa que tenha sobrecarga nos músculos extensores do antebraço.
Causas da Epicondilite Lateral
A principal causa da epicondilite lateral é a sobrecarga dos tendões dos músculos extensores do antebraço. O movimento repetitivo ou exagerado pode gerar microlesões nos tendões, o que, ao longo do tempo, leva ao processo inflamatório.
Algumas causas comuns incluem:
- Movimentos repetitivos: Atividades que exigem movimentos contínuos de extensão do punho, como jogar tênis, golfe, ou até mesmo trabalho com ferramentas manuais (como martelos ou chaves inglesas).
- Sobrecarga muscular: O uso excessivo do braço em determinadas posturas ou exercícios pode sobrecarregar a musculatura do antebraço, levando ao surgimento da condição.
- Falta de aquecimento: Exercícios sem aquecimento adequado ou uma técnica incorreta em esportes podem colocar pressão excessiva sobre os tendões do cotovelo, favorecendo o desenvolvimento da epicondilite lateral.
- Idade e desgaste: Com o passar dos anos, a capacidade de regeneração dos tendões diminui, o que pode predispor à lesão, especialmente em pessoas acima de 35 anos.
Sintomas da Epicondilite Lateral
Os sintomas mais comuns da epicondilite lateral incluem:
- Dor na parte externa do cotovelo: A dor geralmente começa de forma gradual e piora com o movimento. Pode irradiar para o antebraço e até para o punho.
- Sensibilidade ao toque: A região do epicôndilo lateral, localizada na parte externa do cotovelo, pode ficar sensível ao toque, especialmente ao pressioná-la.
- Dificuldade para realizar atividades simples: Movimentos como apertar as mãos, segurar objetos pesados ou levantar um copo podem se tornar dolorosos e difíceis de realizar.
- Dores aumentadas por movimentos repetitivos: Atividades como escrever, digitar, ou mesmo jogar tênis ou golfe, podem agravar a dor, especialmente após a repetição de movimentos.
Diagnóstico da Epicondilite Lateral
O diagnóstico da epicondilite lateral é clínico e envolve a avaliação dos sintomas, histórico médico e exames físicos. O médico geralmente realiza alguns testes para confirmar a condição:
- Teste de Cozen: O paciente deve estender o punho contra a resistência do médico. Se houver dor na região do epicôndilo lateral, o teste é positivo.
- Teste de Mill: O paciente é solicitado a fazer uma flexão passiva do punho enquanto o médico realiza uma compressão do epicôndilo lateral. A dor provocada também é um indicativo positivo de epicondilite lateral.

- Exames de imagem: Embora a epicondilite lateral seja normalmente diagnosticada com base nos sintomas clínicos, exames como a ultrassonografia ou ressonância magnética (RM) podem ser solicitados em casos mais graves, para avaliar o grau de lesão nos tendões.
Embora a epicondilite lateral seja a principal causa da dor na face lateral do cotovelo, não devemos deixar de pesquisar outros sinais no exame físico que possam indicar que na verdade outra doença esteja dando origem a esses sintomas. Temos como exemplos a artrose do cotovelo, hérnia de disco cervical e síndrome do túnel radial (compressão do nervo interósseo posterior).
Tratamento da Epicondilite Lateral
O tratamento da epicondilite lateral é, na maioria das vezes, conservador, e o objetivo é aliviar a dor, reduzir a inflamação e promover a recuperação dos tendões. Algumas das opções incluem:
1. Repouso e Modificação de Atividades
Evitar ou modificar as atividades que agravem os sintomas, como o uso repetitivo do braço, é crucial no tratamento inicial da epicondilite lateral.
2. Terapias Físicas
A fisioterapia é fundamental para o fortalecimento dos músculos do antebraço. Técnicas como ultrassom terapêutico, eletroterapia, e alongamentos também são utilizadas para reduzir a dor e acelerar a recuperação. O uso de cintas para o cotovelo (brace) também tem seu papel como medida complementar, com a ressalva de que não há evidência comprovada de resultados ao uso isolado.
3. Medicamentos Anti-inflamatórios
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) são frequentemente usados para controlar a dor e a inflamação, especialmente nos estágios iniciais da condição.
4. Infiltrações com Corticosteroides
Em casos mais graves ou persistentes, as injeções de corticosteroides podem ser realizadas para reduzir a inflamação e aliviar a dor. No entanto, o uso repetitivo de corticoides deve ser evitado, pois pode levar a efeitos colaterais, como a fragilidade dos tendões e levar à sua ruptura.
5. Novos Tratamentos
- Infiltração com Ácido Hialurônico: Uma das novas abordagens no tratamento da epicondilite lateral é a infiltração com ácido hialurônico. Esse tratamento reduzir o ambiente inflamatório ao redor do tendão, reduzindo a dor promovendo uma regeneração mais rápida do tendão.
- Plasma Rico em Plaquetas (PRP): O PRP tem se mostrado promissor no tratamento da epicondilite lateral. Ele é um produto obtido da centrifugação do sangue do próprio paciente e utilizado para estimular a cicatrização e a regeneração do tendão. Esse potencial de regeneração é proporcionado pela presença dos chamados fatores de crescimento (growth factors). O PRP é injetado diretamente no local da lesão, acelerando o processo de recuperação, diminuindo a inflamação e promovendo a regeneração celular.

- Terapia por Ondas de Choque: A terapia por ondas de choque (TOC) é outra alternativa promissora no tratamento da epicondilite lateral. Ela utiliza ondas acústicas de alta energia que criam microtraumas e estimulam o processo de cicatrização natural do tendão.
6. Cirurgia
Em casos raros e muito graves, quando o tratamento conservador não apresenta resultados, pode ser necessária uma cirurgia para remover a parte danificada do tendão e a inserção da parte sã no osso (epicôndilo lateral do úmero).
Prevenção da Epicondilite Lateral
Evitar a epicondilite lateral é possível, especialmente ao adotar medidas preventivas simples:
- Aquecer adequadamente antes de atividades físicas: Aquecer os músculos e tendões do braço antes de qualquer exercício físico pode reduzir o risco de lesões.
- Ajustes ergonômicos: Manter uma postura adequada e ajustar o ambiente de trabalho (como a altura da mesa e a posição do teclado) pode evitar a sobrecarga no cotovelo.
- Fortalecimento muscular e alongamento: Exercícios de fortalecimento e alongamento regulares para os músculos do antebraço ajudam a manter os tendões fortes e flexíveis, prevenindo lesões.
Conclusão
A epicondilite lateral é uma condição comum que pode afetar tanto atletas quanto pessoas que realizam tarefas repetitivas, gerando dificuldades no trabalho ou mesmo afastando do esporte. Felizmente, o tratamento conservador com repouso, fisioterapia, ajustes na postura e, em alguns casos, a adição de infiltrações com ácido hialurônico, PRP e terapia por ondas de choque, promove a recuperação completa e um retorno seguro às suas atividades para a maioria dos pacientes.
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